sábado, 28 de fevereiro de 2015

joão, andando pelo abismo - 02

    Meu filho, quando lhe disserem que você é especial... Não precisa nem desconfiar. É encrenca na certa!!
    Naquele tempo era difícil. Tava ruim a situação. Tinha nem pra ex-vigilante. Tinha acabado de voltar do sanitário, digo... Sanatório. E eu não trabalhava com saneamento. Eu era louco mesmo. Pirado. Virava o lugar... Depois pirei que o lugar era um beco e que eu tava num asilo de inimigos da máfia.
   Mais depois que eu sai, eu fui passear, né? Num cabaré, num boteco, bater na cara de alguém, fazer amor (porque no cabaré ninguém vai pra isso) com uma mulher legal (que é mais fácil que no cabaré). Comprei um brinquedinho (9mn) e fui visitar uns amigos que (in)felizmente tinham se mudado (pro andar de baixo), passei na casa dos meus pais (no cemitério municipal) e assisti um filme (que não me lembro).

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

João, andando pelo abismo - 01 - continuação

    Quem não leu o começo, clicka aqui.


    De repente um estalo no meu juízo; ela não veio porque acha que eu estou investigando o prefeito! Que tolice... Meu deus, a mãe dos meus futuros e inexistentes filhos, desconfia do meu caráter. Tudo bem que isso é normal, mais eu sou investigador criminal e não político.
    Amanhã vou começar a investigar. Assim pelo menos tiro alguma coisa boa. Minha mãe sempre dizia: “De tudo você tem que tirar algo de bom”. Sim mamãe eu vou. Fico ali sentado de cabeça baixa. Digerindo a decepção. Que decepção? Eu só queria amar alguém... Seria mais uma na minha cama. Como sou infantil.
    Depois de alguns instantes, olho novamente pro casal da mesa, bebendo e sorrindo... Mais eles agora estão mais quietos. O homem estava meio que fazendo aquela cara cônica e meio caricaturada de; - O que você quer dizer com isso?
   E a mulher se reclina mais pra trás na cadeira, com um tom de brincadeira diz; - Você nunca saberia se eu lhe traísse, sou muito esperta. - se eu fosse o namorado dela, esganava a coitada. Mais ele fez um cara de "duvido!" e levantou as sobrancelhas. se debruçou um pouco sobre a mesa e falou baixinho e com bastante ironia; - Você não encontra alguém tão gostoso no lixo.-A mulher deixou os braços caírem da cadeira, como se dissesse;"-Isso que é auto estima, cansei de tentar achar defeitos nesse homem lindo"- mentira ela disse: -no lixo não, em qualquer lugar.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

João, andando pelo abismo - 01

    Engraçado aquele dia...
    Eu estou em um barzinho perto da prefeitura. Marquei com uma moça. A secretaria do assistente do prefeito. Ela ainda não chegou está mais que atrasada. Deve estar com problemas ou sei lá que. Eu ate estou meio que pensando em tentar ligar pra casa dela. Que besteira. Ela não esta em casa...
    Quando estou me levantando o garçom pergunta se quero conta. Pobre homem se dissesse que vou sair para telefonar acharia que sou caloteiro. Nunca vim neste restaurante. Lugar humilde e elegante ate parece com aqueles restaurantes de "mafiosos de filme”. Sorrio sozinho.
   Pela porta entra uma mulher acompanhada de um homem elegante. E a mulher alegre. Parece que esta comemorando algo. O homem olha com cuidado todo o ambiente com um ar de majestade, já é freguês do lugar. Puxa uma cadeira na minha frente e se senta olhando pra mim. Desconfiado que a conhecesse. Já vi muito disso; o sujeito traz a amante pra sair em um lugarzinho pequeno e que ninguém os conheça.

João, andando pelo abismo - introdução

   João... apenas mais um. não um "qualquer". um jornalista, um maníaco, um amigo , um pai, um condenado.
neste Blog você vai encontrar pequenas lembranças da vida desse mártir. cronologicamente elas são contadas por ele no asilo. o livro ainda vai ser escrito. e vai demorar (sorrindo). ainda mal comecei. mais ele vive na minha mente. todo seu sofrimento e ascensão.
   Comentem sobre o que vocês querem saber desse coitado...ou melhor o que vocês diriam pra ele se não o conhecessem. eu escreverei a resposta numa crônica.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Aprendizado e ideias magicas

Muitas vezes temos ideias e não fazemos nada. Uma coisa que eu aprendi na vida é que o arrependimento mais doloroso acontece quando não fazemos, abandonamos augo ou mentimos pra nos mesmo. O que é negativo causa mais dor. Se arrepender de ter feito ou falado demais é ruim, mas de uma certa: nos conforma ou ate nos orgulhamos dos erros. São aquelas cicatrizes que mostram o quanto vivemos. Você pode ouvir uma longa historia de todos os meus erros, mas os meus "não fazer augo" doem de pensar. Só de pensar "o que eu poderia se", já me faz se contorcer de dor.

As vezes é importante não fazer. Quando se tem um objetivo é importante fugir de tudo que não leve para esse objetivo. É um sacrifício valido. Diferente do apenas medo e incerteza, quando negamos de fazer augo que não nos beneficiara ou quando abandonamos augo que descobrimos não ser util, estamos na verdade sendo positivos com um objetivo mais importante no momento.

Por exemplo agora minha cadeira não é tão confortável. Mesmo assim eu não gastaria nada pra comprar uma cadeira nova e confortável. Por que? Não sou mão de vaca, só que no momento esse investimento não se justifica. Passei a ver tudo como um investimento e se não da retorno nem tento. O que uma cadeira mais confortável faria para me aproximar de objetivos e metas? Acho que irei continuar tentado nela por um bom tempo...

Pode parecer extremista... Tenho muitas coisas pra comprar e pouco dinheiro, então pra comprar uma coisa e ficar sem outra, fico logo sem nada e aprendo com as necessidades. Melhor ter no momento em que é realmente necessário que sub-utilizar augo. Parte desce aprendizado veio da leitura do fantástico livro "Getting Real" da 37Signals. Eu li a versão traduzida e pretendo ler outro livro deles, o "rework" - só tem versão em inglês. Ainda estou aprendendo o idioma do Tio Sam :b

"Caindo na real" realmente me mostrou muita coisa... Em augum momento irei escrever sobre o verdadeiro significado da leitura e sua importancia pra mim. Existem entrelinhas. Quando você le existem detalhes que passam despercebidos. Quanto mais leio, mais encontro detalhes. Na vida também existem esses detalhes, mas o rotina engole nossa atenção pra essas pequenos detalhes. Quando leio me sinto em uma conversa com o autor do livro. Sinto-me confortável e intimo de uma forma que absorvo mais de que apenas a trama ou enredo do livro - sim, são duas coisas diferentes.

Não estou nem falando do "clima do livro"... é uma corrente de ideias e sentimento sobre a vida e como enxergamos as coisas. Quando conversamos, usamos nossas palavras pra descrever o que somos e sentimos. Tudo que dizemos ou escrevemos é uma janela para dentro de nos. Lendo eu vejo dentro da janela de outro. Mesmo em um texto de ficção como "Jogos vorazes" ou "As minas do rei Salomão" eu consigo perceber augo diferente no fundo do texto. É como olhar por uma janela e ver uma paisagem diferente de tudo que existe. É magico, basta se abrir para essa experiencia.

bem, como sempre começo com assunto e termino com outro. São muitas coisas pra dizer e acaba saindo tudo de uma vez só.. No mais, ate breve e continuem lendo.


P.S. Leia 10x mais que escreva. E escreva um pouco também.